segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Angelina, Livre

Angelina estava sozinha em casa, se sentia deprimida e solitária. Seus pais trabalhavam na fabrica mestre da pequena cidade e mal tinham tempo de conversar com ela, ela os via duas vezes ao dia, de manhã, quando eles levantavam para trabalhar e ela para ir à escola; e no almoço quando ambos vinham para casa almoçar.
A escola não era exatamente um lugar agradável para Angelina, ela já perdia as contas das vezes que visitara a enfermaria e prestara contas na direção, não era culpa dela na verdade, é que as garotas da escola insistiam que ela era estranha e que com certeza tinha pacto com o Diabo: "Quem dera tivesse". ela sempre resmungava para si mesma.
Angelina era baixinha cerca de um metro e sessenta centímetros de altura, mantinha o cabelo escuro, longo e meio despontado, seus olhos eram de um castanho mel e a cor roxa rodeava todo o olho em conta das noites de insonia, Sua pele era pálida, mas não de total brancura por conta de algumas tentativas falhas de conseguir um bronzeado bonito para agradar um certo menino que não valia a pena. Nessa noite Angelina estava disposta a mudar, queria mais, precisava de algo mais,e foi com essa disposição que sua vida transformou-se para sempre.
Tarde do dia treze de dezembro,Angelina andava calma arrastando a neve com o coturno,ainda que parecesse perfeitamente bem havia uma confusão dentro de sua mente adolescente, ela caminhava distraidamente quando um tropeço em algo duro a fez desviar-se de sua reflexão, uma tábua de madeira com escritas desconhecidas entalhadas na sua superfície estava propositalmente bem posta acima da neve com um bilhete que incrivelmente continuava sobre a tábua apesar de todo o vento do inverno. Angelina pegou o bilhete, seus olhos quase saltaram das orbitas quando a seguinte mensagem vinha escrita nele:
"Quem dera, depois de todos te abandonarem,você tivesse simplesmente a companhia do próprio Diabo, me ligue."
Angelina procurou por toda a rua por alguém que pudesse ter deixado aquilo ali recentemente, porém a rua estava deserta, nenhuma alma sequer parecia ter passado por ali dentre duas horas atrás.
Angelina pegou a tabua, abraçou sobre o peito, ela não tinha ninguém, não poderia recusar uma companhia seja ela qual fosse, mas antes ela precisava saber como usar a tabua e quem mais poderia saber se não o simbologista falido que trabalhava na biblioteca do centro.
A menina entrou na loja apreensiva procurando por aquele rosto velho mal-humorado do senhor Patrickison. Quando ela o mostrou a tal tabua o rosto do velho homem se iluminou ele ainda meio boquiaberto dirigiu-se a menina:
— Em que lugar desse mundo você escavou para encontrar uma tábua satânica que data de quatro mil antes de Cristo? Nunca ninguém viu uma peça dessas, há relatos delas em todas as gerações de bíblias satânicas, elas era taxadas como eficazes e que por elas podiam se dirigir ao próprio satã apenas pingando uma gota de seu sangue no centro. Enfim,ninguém acredita nessa baboseira de satã,mas essa tabua vale milhões, deixe-me fazer algumas ligações, aguarde um minuto.
Angelina não ficaria para tratar de negócios, sem perceber o homem deu à ela exatamente o que ela queria, uma forma de "ligar" para para seu mais novo amigo, como pedia no bilhete.
CONTINUA...




segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Eduardo

Capitulo 2


Eduardo subiu em cima do morro que tinha no meio do campo e sentou-se.Ficou observando o bosque que tinha em volta dali, e enquanto observava via pessoas andando,em um devaneio pensou ter visto sua mãe e saiu correndo.Quando chegou perto do bosque todas as almas sumiram.Ele ficou muito intrigado com isso, foi quando ouviu Asmodeus o chama-lo.Ele olhou para o morro e lá estava o demônio.
-Você está no purgatório Eduardo.Mas, as almas que estão aqui não podem lhe ver. Disse Asmodeus.
-Por que? Indagou Eduardo
-Porque você está aqui para um proposito especial.Você achou mesmo que eu, o próprio Asmodeus, iria vir aqui para conversar com uma mera alma? Que ingenuidade.
Eduardo ficou queto esperando ele continuar a falar.Mas ele nada disse.
-E qual seria este proposito especial? Disse Eduardo depois de um tempo.
-Não revelarei agora, você tem muito o que aprender antes de saber por que está aqui.
Ele ficou calado esperando que Asmodeus continuasse a falar, mas ele nada disse.Ele ficou esperando Eduardo o questionar, e ele o fez.
-Aprender o que? Que proposito? E por que um demônio está me dizendo estas coisas, eu deveria estar no céu, não aqui.
Asmodeus riu.Ele estava se divertindo muito com o medo dele de ir para o inferno.
-E por que você acha que deveria ir para o céu?
-Porque eu nunca fiz mal a ninguém!
-Tem certeza disso?
-Sim, logico que sim! Gritou Eduardo já entrando em desespero.
-Tem razão, você nunca fez mal para ninguém, mas também nunca ajudou ninguém.Veja, sua própria mãe.Quando ela adoeceu você não a ajudou, você continuou enfiado em seu mundo de livros e a ignorou.
Ele fez silencio e refletiu sobre o que Asmodeus disse.Ele acabou concordando, mas não se entregou, não achou aquilo justo.Se ele não fez mal, deveria ir para o céu. Mas, Eduardo nem imaginava o que lhe aguardava.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Eduardo

Boa Noite


Hoje resolvi trazer uma coisa diferente para vocês. Vou começar a postar uma história que eu fiz a muito tempo atrás.Não sei se vocês vão gostar espero que gostem, a ~DonzelaDoInferno disse que está boa então vamos lá. Não sei quando vou postar a continuação, até porque só tenho dois capítulos feitos, não sei quando vai dar para continuar. Então chega de enrolação, lá vai.  Se for postar em outro lugar, adicionar os devidos créditos, obrigada :3

Capitulo 1


Seu nome era Eduardo, grande e magrelo, apaixonado por aventuras, mas não essas aventuras em florestas, bosques ou campos. Eduardo gostava de se aventurar em livros. Tudo que podia ser lido ele o fazia, imaginava ser rei quando lia contos sobre reis, cavaleiros quando lia respectivos contos, amava tudo isso. 
Mas algo mudou sua vida. Algo grande. Pobre Eduardo, a morte viera buscá-lo cedo, cedo até demais. Um dia ele jazia sentado em baixo de um carvalho, negro como o breu, admirava uma borboleta azul celeste que ali passeava desocupadamente, refletia sobre a vida, o seu amor pelos livros, pensava em ser professor.
Quando tinha sete anos ganhou seu primeiro livro, uma edição de bolso de Moby Dick, folheou algumas páginas e naquele mesmo instante descobriu o que seria da sua vida. Os livros se tornaram seus companheiros, ainda mais quando sua mãe viera a falecer. Ele se trancará em seu mundo de fantasias, tentava esquecer-se de tudo que havia ocorrido, um abrigo contra sua própria mente.
Isso de alguma forma trouxera-lhe independência, agora com 21 anos observava a linda borboleta azul celeste. Quando voltará para casa um ladrão tentou roubá-lo, Eduardo reagiu, o bandido assustado deu um tiro em seu peito, o qual fora fatal e o levou a óbito. Ninguém para orar por ele, não tinha amigos, seu pai, um tremendo alcoólatra não sabia que tinha um filho, agora morto. 
Acordou em um campo vazio somente com uma árvore ao topo de um pequeno morro, não sentia o corpo e estranhou.Mas, lembrou que havia morrido,e o pavor percorreu seu corpo . –Onde estou? Como isso aconteceu? Eduardo gritava , mas ninguém o respondia. Até que uma voz grossa e com um tom maligno viera de trás dele.
Eduardo- disse a voz –Por que o desespero, Eduardo? Uma voz rouca e grossa vinha do céu, agora cinza como as brasas de um cigarro.
–Quem é você? O que você quer de mim? A voz novamente veio à tona: 
- Eu sou o seu pior pesadelo.Sou uma coisa que você não imagina nem em seus devaneios, sou o vilão de seus livros, o causador do caos.
-Não, isso não é possível! O que eu fiz de errado? Por que você está aqui? Ou melhor, por  que eu estou aqui? Onde estou?E afinal, quem é você? A morte? 
- Acalme-se -ele deu uma risada macabra- A morte, que ingenuidade.A morte não existe.Eu sou um dos sete príncipes do Inferno,a tempos fui um anjo, fui o homem mais impuro que este miserável mundo já conheceu, sou o pior pecado, seu pior pesadelo.
Quando a entidade acabou de falar apareceu na frente de Eduardo.Ele gritou, caiu no chão e começou a rastejar para trás.A criatura era horrenda, possuía três cabeças, uma de homem com halito de fogo, uma de carneiro, e outra de touro.Possuía grandes assas negras como as de um morcego.
-Asmodeus! - Gritou Eduardo.
Ele ficou paralisado, chocado.Eduardo era ateu, não acreditava em anjos ou demônios.Após ver Asmodeus tudo o que sempre pensou não fazia sentido, todas as histórias sobre demônios que já tinha lido poderiam ser verdade.Quando Eduardo se tocou, Asmodeus havia sumido.