terça-feira, 1 de outubro de 2013

Angelina, Livre 2-Completos Estranhos

Ela tinha suor em sua testa assim que abriu a porta de casa. O local sempre na mesma, silencioso demais para uma casa de família, porem não parecia assim tão silencioso para Angelina que tinha zilhões de pensamentos ecoando dentro de sua cabeça.
Foi a cozinha a procura de uma faca, mas pensou que faca seria meio doloroso, pensou em tesoura, o que piorava a situação, mas foi na caixa de medicamentos que ela encontrou sua ferramenta perfeita, uma gilete nova, ainda embalada afiada o suficiente para que não provocasse tanta dor.
sentou-se no chão, no centro da sala de estar e sem saber direito como era aquilo começou ponto o tabuleiro a sua frente. Em seguida colocou sua mão acima dele e cortou a palma, foi tão rápido que ela nem sentiu, o sangue que caía ao centro do tabuleiro ia escorrendo para dentro das ranhuras em forma de letras primitivas, preenchendo-as de uma forma que parecia irreal. Então vieram os sussurros, e Angelina foi sentindo-se sonolenta, até que apagou.
Quando ela abriu seus olhos não foi o teto de sua casa que ela viu, e sim uma imensidão de branco que parecia infinita, levantou-se ainda meio atordoada para qualquer lado que ela olhasse ela via aquele branco infinito. Foi então que Angelina ouviu um farfalhar de asas atras de si, quando se virou viu a figura de um homem alto bem trajado, cabelos lisos castanhos caindo sobre sua face corada e grandes olhos caramelos atras dos fios, a menina parecia confusa:
—Quem é você? Ela perguntou.
—Sou Lúcifer, muito prazer Angelina.
—Lúcifer? Então você é o Diabo?
—Esse nome não é muito agradável, mas já que é assim que me conhecem por aí, sim, sou o Diabo.
—Mas, Os demônios costumam ter essa forma? Assim tão humanas?
—Na verdade não. Eu vesti esse traje para agradar os seus olhos.
—Esse é um ponto de vista da possessão que conseguiu me agradar.
—Está aí o porque de ser você.
—Ser eu o quê?
Uma cedeira grande almofadada aparece do nada. Lúcifer se senta e pede para que Angelina também se sente:
—Imagine só, anjo, uma pessoa comum ficando cara a cara com o Diabo, o que você acha que ela faria?
—Morreria de medo, aposto que rezaria todas as orações que aprendeu na vida. Ela sorri gentilmente.
—Exato! -Lúcifer aponta o dedo indicador para Angelina como um sinal concordante.-
Mas e você Angelina? como se sente estando sentada conversando com o Diabo?
—Intrigada, diria até mesmo...
—Até mesmo o que, criança?
—Me sinto até mesmo feliz.
Lúcifer se cala, olha para o nada por alguns instantes até que diz:
—Você faria um favor a mim, filha?
—Faria sim. mas, você me chamou de filha?
—Bom, posso ser seu pai adotivo. -Lúcifer sorriu de uma forma que chegava a assustar.-
—Adoraria.
Angelina sente-se sendo arrastada subitamente do mundo branco, a campainha da casa tocava, ela sente-se um pouco irritada por isso, abre a porta da casa e lá está parado menino aparentemente da idade de Angelina, pele clara, cabelos escuros e ondulados, olhos azuis cheios de lágrimas que transbordavam. Antes que a menina pudesse dizer qualquer coisa o garoto sussurrou em seu ouvido: "não faça isso". E sumiu no ar.
Angelina voltou a sala ainda tentando entender o que acabara de acontecer, então sobre o tabuleiro estava um pequeno pedaço de papel escrito: "Nos vemos amanhã."
CONTINUA...


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